EXPOSIÇÃO GRATUITA NO CENTRO MARIANTONIA DA USP APRESENTA EXPOSIÇÃO DE DESAPARECIDOS POLÍTICOS DA DITADURA MILITAR
Da Redação - editorias.obilhetedanoticia@gmail.com
Legenda: Na primeira imagem, em preto e branco, Bergson Gurjão Farias aparece com sua noiva Simone e sua irmã Tânia, em Volta de Jurema, Fortaleza-Pernambuco. Na segunda foto, décadas depois, Tania e Simone estão sentadas em primeiro plano e o lugar onde antes fora ocupado por Bergson está vazio. A irmã Tânia recordará para sempre o momento em que olhou para baixo querendo arrumar a bolsa no colo, no mesmo instante em que o seu pai, Jennifer Farias, fez a última foto em que ela está com seu irmão. Bergson foi assassinado entre maio e junho de 1972 no Araguaia. Somente em julho de 2009, seu corpo foi identificado no Cemitério de Xambioá, no Tocantis, e sua família pode sepultar seus restos mortais.
Uma das referências no trabalho de memória política no país, o Núcleo de Preservação da Memória Política - NM, em parceria com o Centro MariAntonia da USP, apresenta a exposição “Ausências Brasil”, do fotógrafo argentino Gustavo Germano, de 31 de março a 16 de maio de 2025.
A primeira versão de "Ausências" foi lançada em outubro de 2007, após um longo processo de busca para retratar, através de paralelos fotográficos, a "presença das ausências" dos assassinados e desaparecidos da ditadura argentina. O fotógrafo Gustavo Germano retornou ao país 30 anos após o golpe militar de 1976 para, junto com familiares de desaparecidos políticos – incluindo a do próprio artista – recriar fotos antigas nos mesmos locais, agora marcadas pela ausência dos entes queridos.
O projeto se expandiu para outros países da América Latina, retratando vítimas da "Operação Condor". A exposição conta com 12 histórias de pessoas brasileiras desaparecidas durante a ditadura militar, cobrindo locais do Ceará ao Rio Grande do Sul.
Além das fotografias, haverá uma série de atividades educativo-culturais, como visitas educativas mediadas, rodas de conversa com ex-presos políticos e exibições de filmes relacionados ao tema, fomentando debates sobre os impactos da violência de Estado, tanto no passado quanto no presente. Com o objetivo de formar cidadãos mais conscientes e críticos, a exposição reflete sobre os abusos de poder, as perseguições e os desaparecimentos forçados ocorridos durante a ditadura militar no Brasil (1964–1985) e suas repercussões na atualidade.
O Núcleo Memória é uma instituição dedicada à preservação da memória política e à promoção dos direitos humanos e conta com uma vasta agenda de ações, como as visitas mensais ao antigo DOI-Codi/SP e os Sábados Resistentes no Memorial da Resistência de São Paulo.
A exposição é realizada com o apoio do Deputado Estadual Antonio Donato e parcerias com diversas instituições, que possibilitaram a sua circulação por diferentes espaços públicos.
Programação de atividades da Exposição na abertura 31 de março:
A exposição contará, para além da mostra, com atividades educativas-culturais, tais como visitas educativas mediadas, rodas de conversa com ex-presos políticos e exibição de filmes.
Dia 31 de março
- 14h - exibição do filme “O dia que durou 21 anos” (Camilo Tavares, 2021, 1h29min) + roda de conversa com o diretor
- 18 h - Visita mediada com o historiador César Novelli Rodrigues, educador do Núcleo de Preservação da Memória Política - NM.
Mais Informações:
Exposição Ausência Brasil no Centro MariAntonia da USP
De: 31 de março a 16 de maio de 2025
Onde: Rua Maria Antônia, 294 Vila Buarque – São Paulo/SP
Entrada: Gratuita
Horário de Visitação: Terça a domingo e feriados das 10h às 18h
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