OCUPAÇÃO CELEBRA A CULTURA AFROCENTRADA EM SÃO PAULO
Da Redação - editorias.obilhetedanoticia@gmail.com
Em uma noite gostosa, repleta de música, sorrisos e energia boa, aconteceu a estreia do Aquilombamento Sonoro no Ocupa Çarê. Com o propósito de elaboração e execução de projetos afrocentrados artísticos e culturais, a Sá Menina Plataforma de Artes iniciou mais um capítulo na sua história com esse projeto vibrante, que segue até julho no Instituto Çarê, na Vila Leopoldina, zona oeste de São Paulo, com diversas atrações gratuitas.
“O Aquilombamento Sonoro é um ato de resistência, um espaço de encontro e celebração das nossas raízes. Queremos fortalecer narrativas ancestrais e construir novos caminhos para a ampliar a participação de artistas fora do eixo tradicional da cidade. A cultura é nosso território, e a arte, nossa ferramenta de transformação e estamos muito felizes de poder contar com o apoio do Instituto Çarê, um espaço que também acolhe as nossas ideias e lutas”, afirma Renato Gama, escritor, compositor, produtor musical e responsável pela curadoria do Aquilombamento Sonoro.
Ocupa Çarê
O Instituto Cultural Çarê deu início ao programa do seu Núcleo de Música Ocupa Çarê, que consiste na construção conjunta de uma programação com curadoria feita por produtoras e produtores, coletivos e artistas, aberta à experimentação, interação, criação e oferta de atividades nos espaços do Çarê, em um recorte temporal de 3 a 5 meses.
Para 2025, a produtora Sá Menina foi convidada a ocupar o Çarê de março a julho, criando o Aquilombamento Sonoro, um projeto que propõe uma multiplicidade de acões e interações, desenhando uma trajetória a partir dos quintais de resistência da produção afro-centrada na cidade.
Gama no Samba
Abrindo a programação de ocupação na sexta-feira (14), o projeto Gama no Samba, idealizado pelo bacharel em contrabaixo Ronaldo Gama, junto do músico e produtor Jhony Guima e amigas e amigos do samba, trouxe um repertório que revisitou o importante legado do samba, com clássicos de grandes nomes como Luiz Carlos da Vila, Almir Guineto, Dona Ivone Lara e Jovelina Pérola Negra.
O projeto retorna nesta sexta-feira (21), a partir das 18h30, com a participação especial da cantora, compositora e pesquisadora Luciana Oliveira, que conta com 20 anos de carreira, três álbuns lançados e é autora do catálogo Cantoras Negras Brasileiras, livro que preserva as histórias e contribuições de cantoras negras para a música brasileira.
Próximas Atrações
Além do Gama no Samba, o Aquilombamento Sonoro segue com a roda de conversa Dando Ideia, no dia 25 de março, com a participação de Kelly Adriano e Juliana Vicente, trazendo reflexões sobre cultura, identidade e resistência. Encerrando a programação do mês, no dia 29 de março, o AFROJAM-SP se apresenta, celebrando as sonoridades negras com uma fusão de estilos musicais e encontros inesquecíveis entre artistas e público.
Integração da comunidade
Visando a inclusão de jovens da comunidade, moradores do Bairro Vila Leopoldina, onde o Instituto Çarê está localizado, o Aquilombamento Sonoro, acompanhará cinco estagiários em processo formativo que participarão da programação e produção do evento.
“O Çarê se entende como um espaço de convivência e de encontros que se relaciona com a comunidade, com as ancestralidades e constrói relações de afeto e respeito com públicos diversos. Os projetos e programas que ocuparão o ano de 2025 foram desenhados para que todas, todos e todes se sintam acolhidos e percebam, a partir das interações, o cuidado com que é pensada toda a programação, ampliando o diálogo com as artes, proporcionando experiências musicais e culturais transformadoras, fortalecendo identidades e cultivando relações. Para além do apoio financeiro através de uma bolsa de acompanhamento, queremos proporcionar novas experiências aos jovens, para que imaginem caminhos possíveis para estar no mundo”, acredita Karina Saccomanno, Gestão Geral do Instituto Çarê.
Mais Informações:
Festival Aquilombamento Sonoro
21/03 - Gama no Samba convida Luciana Oliveira - 18h30
25/03 - Dando Ideia (Kelly Adriano e Juliana Vicente) - 19h
29/03 - Afrojam - 16h
Local: Instituto Çarê - R. Dr. Avelino Chaves, 138 - Vila Leopoldina, São Paulo
Entrada Gratuita / Sujeito a lotação
Acesse: Instituto Çarê | Instagram Sá Menina
Sobre Sá Menina
A Sá Menina Plataforma de Artes traz a história de quintais de resistência criados por afrodescendentes, e afirma a força da vida, assim como a árvore Baobá. É ponto de encontro! Reúne o contemporâneo e a tradição, desenvolvendo linguagens artísticas e proporcionando espaços seguros de acolhimento, de criação e de expansão de saberes
Co-fundada pelo premiado artista, diretor, escritor, compositor e produtor musical, Renato Gama, a Sá Menina nasce em outubro de 2014 na Vila Nhocuné, Zona Leste de São Paulo, com o propósito de elaboração e execução de projetos afrocentrados artísticos e culturais.
Há mais de dez anos fortalece a potência criativa artistas que nasceram ̀ margem dos grandes centros urbanos, uma plataforma múltipla transdisciplinar, que cria diálogo entre música, teatro, literatura, audiovisual, arte de rua, artes plásticas, diversificando e ampliando olhares no intuito de partilhar histórias.
Acesse: https://www.instagram.com/samenina_sm/
Sobre Instituto Çarê
Somos uma associação civil sem fins lucrativos, nascida em 2019, como desdobramento da experiência do ateliescola acaia, com quem praticamos vizinhança, bons afetos e experiências.
Çarê, para os Mẽbêngôkre¹, é o broto ou a raiz. Estas palavras revelam muito dos nossos objetivos: ser um pedaço de chão para nascer, brotar e crescer, por meio do cultivo das relações, das interações e das trocas em múltiplos e diversos contextos.
Queremos ser e oferecer este solo fértil para o desenvolvimento de produções artísticas e culturais brasileiras, especialmente as de grande potência e negligenciadas, bem como de ações e projetos de proteção à biodiversidade.
E como onde há vida há memória, o Çarê vem atuando para preservá-la por meio da construção de um acervo com importantes fragmentos da história da arte e da cultura brasileiras, que devem ser difundidos e ter seu acesso democratizado.
Vida e memória implicam conhecimento, o que nos leva a promover e refletir sobre educação, e a apoiar importantes pesquisas que abordam as desigualdades que persistem e atingem a população periférica no Brasil.
Nossos fazeres são mediados e viabilizados por núcleos de ação que trocam entre si e se complementam. Esses núcleos atuam nos campos de acervo, música, artes visuais e socioambiental. Quer saber? Visite o nosso site https://institutocare.org.br/
AUTODENOMINAÇÃO DO POVO CONHECIDO COMO KAYAPÓ DO SUL.¹
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