ANDRÉIA NHUR APRESENTA ESPETÁCULO MULHER SEM FIM E FAZ NOVA EDIÇÃO DO SEU LABORATÓRIO SONOROCOREOGRÁFICO NO SESC IPIRANGA

Da Redação - editorias.obilhetedanoticia@gmail.com

Mulher Sem Fim é um espetáculo multiartístico e multilíngue, criado e dançado por Andréia Nhur, em criação colaborativa com Paola Bertolini e os grupos sorocabanos Pró-Posição Dança e Katharsis Teatro. No solo, figuras históricas de mulheres são representadas por gestos, cantos e textos da artista. Entre outras referências, são levados à cena fragmentos de Emma Bovary, Lady Macbeth, Carmen Miranda e Dadá, a cangaceira. Constituído por pequenos quadros narrativos, a obra propõe uma reflexão sobre a construção cultural da mulher no aspecto social, afetivo e subjetivo. Nos dias 11, 12 e 13 de julho (sexta-feira, 21h30; sábados e domingos, 18h30), a artista apresenta o espetáculo no auditório do Sesc Ipiranga.

Em sua passagem pelo local, Andréia também realiza nova edição do Laboratório Sonorocoreográfico (15 a 31 de julho de 2025, terças e quintas-feiras, 19h; na Sala 2 do Sesc Ipiranga), curso em que a artista compartilha dinâmicas integradas de som, voz e movimento, interligando-as a procedimentos de seus trabalhos mais recentes. Inscrições online pelo App Credencial Sesc SP ou site do Sesc.

Sobre o espetáculo Mulher Sem Fim

O espetáculo Mulher Sem Fim anuncia relações corpóreas e sonoras sobre construção do feminino, opressão, liberdade, loucura, devaneio, poder, resistência e infinitude, por meio de uma proposta estética que mistura dança contemporânea, teatro, música e performance. A estrutura cênica se ancora na fisicalidade e na vocalidade, trazendo questões femininas e feministas em movimento intermitente.

Tangenciando as narrativas críticas da opressão e fracasso do corpo feminino diante do patriarcado, o solo abre frestas para uma outra abordagem: não se trata de uma peça-denúncia, mas de uma peça-dança-multilíngue enunciada por um corpo que constrói e destitui exaustivamente sua cisgeneridade para dar vazão a leituras e reflexões abertas sobre a condição feminina.

A peça propõe um corpo constantemente trespassado por ecos de mulheres presentes nas memórias de diversas culturas, traçando uma dramaturgia de transformação corpórea. Em constante transformação, a artista desenha e apaga sua própria condição de gênero, por meio de citações de outras mulheres. 

“São várias narrativas que se encerram e chegam nas outras”, sintetiza Andréia, reforçando no entanto que o que conduz "Mulher Sem Fim" é a narrativa de mulheres vivendo nos limites do que suas culturas oferecem. Como definiu o crítico boliviano Mijail Zapata, “corpo e feminismo são os dois materiais que formam o canto de ‘Mulher Sem Fim’”.

Criado em 2017, o espetáculo já passou por diversas temporadas no Brasil e no exterior, com apresentações em São Paulo e em festivais internacionais, como na Bolívia e na Bélgica. Entre os destaques, estão o Danzénica, FITAZ, Festival de Dança de Londrina, Dança à Deriva e Festival Internacional da Nova dança

Sobre o Laboratório Sonorocoreográfico

A iniciativa visa compartilhar as dinâmicas integradas de som, voz e movimento desenvolvidas no âmbito de seu Projeto Sonorocoreográfico, além dos procedimentos aplicados em suas produções recentes.

O Laboratório Sonorocoreográfico é concebido para estudantes, artistas e interessados, com um limite de 20 vagas. As práticas propostas abrangem uma série de técnicas focadas na interconexão entre o corpo e o som, incluindo sincronização de respiração e movimento, percussão corporal e vocal, vocalizações, ressonâncias e deslocamento de peso, práticas vocais estendidas e cantos coletivos, vocalizações atreladas a percursos coreográficos e pequenas composições cênicas com som, movimento e objetos sonoros.

Este laboratório se fundamenta na pesquisa do Projeto Sonorocoreográfico, que desde 2016 investiga as interações criativas entre sons e gestos vocais e corporais como dispositivos interdependentes em processos cênicos. Essa linha de investigação marcou diversas obras e residências da artista, como "Peças Fáceis", "Mulher sem Fim", "Cordeiro Místico" e "Plasticus Dei", e orientou seus estudos acadêmicos na Universidade de São Paulo (USP) e no Instituto de Musicologia da Ghent University, na Bélgica (entre 2020 e 2021).

Um exemplo recente da aplicação bem-sucedida dessa metodologia foi a Imersão Sonorocoreográfica realizada em fevereiro de 2024, no histórico Centro de Pesquisa Teatral (CPT) do Sesc Consolação. Coordenada por Andréia Nhur a convite da direção do CPT, essa imersão envolveu sete encontros intensivos com 20 artistas selecionados, culminando em criações e estudos performativos que exploraram a voz, o movimento e objetos sonoros. Imagens do laboratório de 2023, na Oficina Cultural Oswald de Andrade, também estão disponíveis para referência.

Para mais informações sobre a pesquisa sonorocoreográfica de Andréia Nhur e seus projetos, artigos acadêmicos estão disponíveis em periódicos como a Revista Brasileira Estudos da Presença, Revista Voz e Cena e Revista Rebento. A artista também mantém um site oficial que detalha sua produção e trajetória.

Sobre Andréia Nhur

Multiartista e professora no Departamento de Artes Cênicas da ECA-USP. Tem graduação em Dança pela UNICAMP e doutorado em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP. Já se apresentou em festivais internacionais de dança, teatro e performance em Portugal, Bélgica, Argentina, Bolívia e Brasil, em solos e colaborações. 

Ao longo de sua carreira, recebeu diversos prêmios, entre os quais: Prêmios de Melhor Atriz no FITUB 2007 e 2013; Prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) pela pesquisa em dança em 2013; Indicação ao Prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) de melhor atriz em 2015; Prêmio de Melhor Atriz no FESTE 2013; Prêmio Denilto Gomes 2017 (Cooperativa Paulista de Dança) de melhor intérprete de dança e indicação ao Prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) de melhor espetáculo de dança em 2017. 

No cinema, protagonizou o curta-metragem “A sombra da terra” (premiado em mais de 80 festivais internacionais), ao lado de Paulo Betti, além de roteirizar, dirigir e atuar no curta “O cisne, minha mãe e eu”. Em 2020- 2021, foi professora visitante da Ghent University (Bélgica). Em 2023 e 2024, integrou o elenco do espetáculo Mutações (Prêmio Shell 2024), ao lado de Luís Melo, sob direção de André Guerreiro Lopes.

Ficha Técnica

Texto, Criação e Performance: Andréia Nhur

Colaboradores: Janice Vieira, Paola Bertolini e Roberto Gill Camargo

Iluminação: Roberto Gill Camargo

Produção e Fotos: Paola Bertolini

Assistente de produção: Joana Pegorari 

Operação de luz: Felipe Fly Hirano

Operação de som: Lucas Mercadante

Assessoria de Imprensa: Angelina Colicchio e Diogo Locci - Pevi 56 

Mais Informações:

Mulher Sem Fim

Temporada: 11, 12 e 13 de julho (sexta-feira, 21h30; sábado e domingo, 18h30)

Local: Auditório do Sesc Ipiranga (R. Bom Pastor, 822 - Ipiranga, São Paulo - SP, 04203-001)

Duração: 45 minutos

Classificação: Livre

Ingressos: disponíveis a partir de 1/7, às 17h, pelo aplicativo Credencial Sesc SP ou pelo portal e, a partir de 2/7, às 17h, presencialmente nas bilheterias das unidades do Sesc SP. Valores: R$15 (Credencial Plena), R$25 (meia-entrada), R$50 (inteira). 

Laboratório Sonorocoreográfico

Período: 15 a 31 de julho de 2025, terças e quintas-feiras, das 19h às 21h

Local: Sala 2 do Sesc Ipiranga (R. Bom Pastor, 822 - Ipiranga, São Paulo - SP, 04203-001)

Classificação: 18 anos Grátis.

Inscrições online pelo aplicativo Credencial Sesc SP, no site centralrelacionamento.sescsp.org.br e na central de atendimento a partir de 1/7, às 14h.

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