FÉRIAS EM SP: "ANTÍPODAS: TÃO DISTANTES, TÃO PRÓXIMOS" EXALTA ARTE MIDIÁTICA DO JAPÃO POR MEIO DE EXPERIÊNCIAS INTERATIVAS

Da Redação - editorias.obilhetedanoticia@gmail.com - @noticias.emcartaz

Com a chegada do período de férias, uma das programações que devem atrair públicos de todas as idades é a exposição “Antípodas: Tão Distantes, Tão Próximos”, realizada pela Fundação Japão em parceria com o Sesc São Paulo. A mostra acontece no Sesc Vila Mariana até 25 de janeiro de 2026 e têm obras artísticas interativas. 

“Antípodas: Tão Distantes, Tão Próximos” celebra os 130 anos das relações diplomáticas entre Japão e Brasil. A exposição utiliza a arte midiática para criar experiências que dependem diretamente da presença e da ação do visitante. Uma das interações possíveis é inspirada na tradição japonesa de colecionar carimbos. Os visitantes podem pegar gratuitamente cartões postais em branco e carimbá-los a cada obra que visitam. Todas as obras têm um carimbo diferente.

Nesse aspecto, a interatividade não está em uma única obra, mas na própria experiência da visita. O público é incentivado a explorar ativamente os diversos espaços da exposição para encontrar as obras e os pontos de carimbo.

A arte envolve o público

Outra maneira de interagir com as obras é de forma sensorial, através da obra Piquenique de Batimentos Cardíacos (por Junji Watanabe, Yui Kawaguchi, Kyosuke Sakakura, Hideyuki Ando) na qual os visitantes podem sentir nas mãos o batimento cardíaco das pessoas, refletindo sobre a importância do momento presente e da nossa conexão com o outro, mesmo estando distantes. 

Na exposição, o coletivo GRINDER-MAN convida o público a entrar na ação de um filme de fantasia com estética de anime/tokusatsu. O participante realiza seis poses e movimentos em um espaço com fundo verde e, em cerca de cinco minutos, é gerado um vídeo de 20 segundos onde a pessoa surge como herói com superpoderes. 

O ponto mais imersivo é a interação em cadeia entre todos os vídeos feitos, pois o herói recém-criado derrota um vilão, o qual no vídeo anterior era um herói também. O novo herói, por sua vez, será o inimigo do próximo visitante, levantando a reflexão sobre os papéis de bem e mal. 

Mais um destaque é a obra "Ermida Jiji-Muge: O tetralema da imagem e da massa" de Yoichi Ochiai, que conecta a tecnologia com um dos rituais mais tradicionais do Japão: a Cerimônia do Chá (Chado) - interligando na obra o passado e o futuro. 

Ochiai celebra a cultura japonesa e sua beleza complexa através da tecnologia, ao mesmo tempo em que questiona a relação entre o objeto físico (massa) e sua representação digital (imagem). Além disso, outra obra também interativa é a de Jun Fujiki, intitulada P055E5510N (Possessão, 2019–2021), a qual questiona as noções de identidade, ao gerar um avatar do visitante e o desafiar a encontrá-lo dentre tantos outros avatares presentes na tela.

Sobre a exposição

O termo antípodas refere-se a lugares e pessoas situados em lados opostos da Terra, mas também sugere encontros e conexões possíveis, mesmo a longas distâncias. É dessa ideia que a mostra traz o que há de comum entre culturas aparentemente distantes, como Brasil e Japão, São Paulo e Tóquio.

Apesar de estarem em pontos quase opostos do globo, Japão e Brasil mantêm laços históricos e culturais profundos. A exposição busca ampliar perspectivas sobre fenômenos universais, reforçando o intercâmbio cultural que se reflete na gastronomia, na música, nas artes visuais e nas tradições preservadas por gerações, reafirmando a vitalidade desse vínculo.

Com curadoria de Tomoe Moriyama, do Museu de Arte Contemporânea de Tóquio, a exposição reúne a nova geração de artistas japoneses que exploram tecnologia, interatividade e experiências coletivas para propor novas formas de ver o mundo. A curadora, que já organizou mais de 50 exposições no Japão e no exterior, é referência internacional em arte midiática.

Além das instalações multimídia, a exposição também homenageia grandes nomes da literatura japonesa. Obras de Yasunari Kawabata (O Som da Montanha), Mokutaro Kinoshita (Somei Yoshino) e Tatsuzo Ishikawa (Sôbô), reinterpretadas pela artista Minami Arai, estarão em destaque. 

Artistas participantes

Entre os destaques estão nomes como Yoichi Ochiai, Akinori Goto, GRINDER-MAN, Zombie Zoo Keeper, além de coletivos como Heartbeat Picnic e Optical Illusion Block Project. No total, mais de 15 nomes, entre artistas individuais e coletivos, apresentarão trabalhos trazendo diversidade de linguagens e formatos.

Mais Informações:

Exposição: Antípodas: Tão Distantes, Tão Próximos

Data: 9 de outubro de 2025 a 25 de janeiro de 2026

Local: Sesc Vila Mariana – R. Pelotas, 141 - Vila Mariana, São Paulo - SP, CEP: 04012-000.

Horário: Terça a sexta das 10h às 20h | Sábados, domingos e feriados das 10h às 18h

Entrada: Gratuita

É recomendado checar os horários de funcionamento do Sesc Vila Mariana, durante o período de Natal e Ano Novo.

Sobre a Fundação Japão em São Paulo

Presente desde 1975 no Brasil, a Fundação Japão desenvolve ampla programação cultural e educacional voltada para arte, língua e estudos japoneses. Em 2025, reforça seu papel como ponte cultural por meio de eventos que integram tradição e contemporaneidade. Saiba mais em: https://fjsp.org.br

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